terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Princesa Leal

                Vou aproveitar a deixa dos jogos Olímpicos desse ano de 2012, em Londres, e começar a falar sobre os livros da Coleção "A Corte Tudor" (The Tudor Court) da autora Philippa Gregory. Para quem sabe de história geral vai lembrar que os Tudor foram uma família que governou durante 118 anos na Inglaterra; a dinastia começou com Henrique VII, que teve como sucessores Henrique VIII, Eduardo VI, Maria I e Elizabeth I. Foi um período de altos e baixos na história inglesa com traições, rompimento com a Igreja Católica Romana, fundação da Igreja Anglicana, com grande expansão e consolidação do poderio britânico.


Embora Gregory diz que seus livros não precisam ser lidos numa ordem eu aconselho que seja seguida a ordem cronológica da história para um melhor entendimento da mesma. Dessa coleção são 6 livros: A Princesa Leal, A irmã de Ana Bolena, A Herança de Ana Bolena, O bobo da Rainha, A Rainha Virgem e A Outra Rainha.


Hoje vou falar sobre o primeiro deles e por que não dizer meu preferido: A Princesa Leal (The Constant Princess). Trata-se da história de Catarina de Aragão, mais conhecida como a Rainha desprezada por Henrique VIII, que é narrada pela própria desde seus 5 anos em Granada na Espanha até uma boa parte de seu casamento com o rei. Nesse romance fictício que utiliza fatos históricos e dúvidas da real história conhecemos uma Catarina forte e determinada, que luta até o fim para realizar seu desejo de ser Rainha da Inglaterra e de permanecer no trono.

Para os que não conhecem a história, Catarina foi uma princesa da Espanha, filha dos reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão e desde os seus 5 anos foi prometida em casamento com o príncipe de Gales Arthur, filho do Rei da Inglaterra Henrique VII. Aos 16 anos ela se casa, mas 5 meses depois Arthur morre e Catarina alega que seu casamento não foi consumado para então poder se casar com o irmão mais novo de Arthur, o príncipe Henry e então sucessor ao trono da Inglaterra. Sete anos após enviuvar ela consegue uma dispensa papal para casar-se com Henry que após a morte do pai assume o trono com o nome de Henrique VIII. Eles foram casados por 29 anos e tiveram dois filhos: Henrique, que morreu pouco depois de nascer e Maria I, que chegou a assumir o trono da Inglaterra. Mas por não conseguir gerar mais filhos, Henrique preocupado com a sucessão ao seu trono, acredita que ela mentiu sobre a consumação de seu casamento e que Deus o está castigando por ter se casado com a mulher do irmão e começa a brigar com a Igreja Católica pela anulação de seu casamento. Como não está conseguindo e não quer esperar, depois de 6 anos de briga, rompe com a Igreja e cria a Igreja Anglicana (Protestante) para então poder se casar com sua amante Ana Bolena. Catarina foi banida da corte, mas nunca aceitou seu divórcio e até sua morte, com 50 anos, assinou como "Catherine The Queen".

A história que aprendemos na escola é contada no livro com alguns acréscimos de romance, mas a forma que Gregory usou para contá-la é leve, envolvente, te remete a época sem dificuldade, além de explicar e ensinar fatos históricos, sem linguagem rebuscada ou fatos complicados de entendimento. Na minha opinião é o melhor livro da série, pois pouco conhecia sobre a Rainha Catarina e adorei a forma como a autora a retratou, acredito que para passar por tudo que passou, a rainha devia realmente ter toda aquela fibra e coragem.
Eu super recomendo o livro e dou nota 9 para ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário