sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Hora da Verdade


Se alguém me perguntar qual meu livro preferido de Pedro Bandeira, sem titubear respondo: “A Hora da Verdade”. Ok, sou mulher e adoro um romance desde menina, principalmente aqueles cheios de intriga, amor, falsidade, amizade, ódio... é muito bom ver o desenrolar de uma trama até o tão esperado “happy end”. Mas o que tornou esse livro tão especial para mim não foi a história de amor, mas essa foi a única vez (que eu me lembre) que eu torci pela vilã e não pela mocinha.

A adolescente Iara é extremamente ciumenta e apaixonada por Desmond, o garoto mais bonito da escola, porém o rapaz não agüenta as crises de ciúme dela e termina o namoro. Entra na escola Adele, uma bela negra jogadora de vôlei e logo ela e Iara se tornam amigas inseparáveis e dupla perfeita no time de vôlei da escola. Porém Adele e Desmond se apaixonam e começam a namorar, deixando Iara cega de ciúme. Ela então não vai poupar esforços, até mesmo envolvendo seus amigos, para reconquistar Desmond; e ela mesmo acaba vítima de seu ciúme doentio.

O livro é baseado nas obras Otelo e Dom Casmurro e nas palavras de Pedro Bandeira: “Mais uma vez seguindo minha paixão por Shakespeare e por Machado de Assis, juntei num mesmo texto Otelo e Dom Casmurro, atualizando as histórias para a atualidade e citando muitos trechos das duas obras.” No final do livro tem um índice de passagens e falas utilizados para compor o livro.

Perdi as contas de quantas vezes eu li, cheguei a ter diálogos decorados e utilizar algumas frases e passagens em cartas para amigas e paixonites da pré-adolescência. Me atrevo a dizer que toda garota de 12 anos deveria ler esse livro para ter uma grande idéia do que é o amor e a paixão na adolescência e o que ela pode fazer.

Com disse anteriormente eu me apaixonei pela Iara e sua determinação, embora muitas das coisas que ela fizessem fossem cruéis e eu não concordasse, me afeiçoei a personagem, por se tratar de uma menina de 16 anos, com sua primeira decepção amorosa, aquela indecisão entre o amor e a amizade, o medo de perder e aquela mania que o jovem tem de achar que tem o rei na barriga, que é dono do mundo e de si. Já Adele é muito chatinha, melosa e um pouco lesadinha...

O final é surpreendente e satisfaz muito com castigo na dose certa e claro o famoso “felizes para sempre” que um romance deve ter. É um livro que guardei pra minhas filhas lerem e se apaixonarem assim como eu.

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